EDIÇÃO DE VÍDEOS

EDIÇÃO DE VÍDEOS COMO FERRAMENTA PARA A APRENDIZAGEM E A AVALIAÇÃO


imagem de vídeo
Vídeos começaram a ser utilizados, com mais ênfase em nossas escolas, a partir da difusão e popularização do formato VHS (nos anos 1990)* - o que nos leva à época do famoso videocassete de saudosa lembrança para os que viveram esse período.

Moran(1995), afirma que "vídeo, na cabeça dos alunos, significa descanso e não aula, o que modifica a postura, as expectativas em relação ao seu uso". Moran acrescenta: “precisamos aproveitar essa expectativa positiva para atrair o aluno para os assuntos do nosso planejamento pedagógico. Mas, ao mesmo tempo, saber que necessitamos prestar atenção para estabelecer novas pontes entre vídeo e as outras dinâmicas da aula”*.

 Isso foi dito em 1995(!), o que mostra a visão e sabedoria do professor Moran em relação à utilização das tecnologias na educação. 

Desse modo, os vídeos foram introduzindo, aos poucos, uma nova linguagem em sala de aula, antes pautada, apenas, pelas linguagens verbal e escrita*.

Porém, havia limites: nessa época, era muito complicado "manipular" os vídeos, pois os aparelhos disponíveis para essa "tarefa" - os editores - eram muito caros e estavam restritos aos profissionais especializados e às empresas do setor. Não fazia sentido - e nem se cogitava - utilizar esses recursos em sala de aula. Os vídeos eram, portanto, apenas, utilizados prontos para serem visualizados e, a partir disso, se desenvolver alguma proposta pedagógica.

Com o rápido avanço tecnológico, principalmente da tecnologia digital, os editores de vídeo - antes caros e restritos - são, hoje, acessíveis e, com o devido treinamento, manipuláveis por quem se interessar pelo assunto.

Ou seja, se antes fazia sentido - com a limitação ao acesso e uso dos aparelhos em questão - apenas assistir aos vídeos em sala de aula - ou fora dela -, hoje, não faz mais.

Podemos e, na minha opinião, devemos explorar mais essa linguagem audiovisual que temos à nossa disposição. Além do uso mais comum - assistir aos vídeos para iniciar um debate e/ou como material complementar a um determinado tema -, por que não começar a "mexer" nos vídeos para, com isso, desenvolver o conteúdo/tópico a ser abordado; o senso crítico; a criatividade; a colaboração; a comunicação; a resiliência; a persistência; e tantas outras competências e habilidades tão necessárias para os cidadãos do século 21?

Por exemplo: para se editar um vídeo com intencionalidades - mostrar/argumentar/questionar algo -, deve-se estudar o assunto; discuti-lo com seus pares; pensar nos tipos de edição - cortes, cores, falas, áudios, inserções, textos, formas, etc - e nos resultados/objetivos que se desejam com eles; e refletir sobre o que se quer e como se quer argumentar sobre algo.

Enfim, editar um vídeo como proposta de aprendizagem e de avaliação, com uma abordagem ativa do tipo ABP - Aprendizagem Baseada em Projetos/Problemas -, provoca uma imersão tão grande no processo que faz com que todos se envolvam de modo intenso e se debrucem sobre as intencionalidades - mostradas através da edição -, desenvolvendo as competências e as habilidades citadas anteriormente - e muito mais - de modo natural, dinâmico, e prazeroso.

* http://proec.ufabc.edu.br/uab/prodvideo/TEXTO%204%20VIDEO%20E%20ENSINO.pdf

Prof. Carlos Sanches



 

Comentários

  1. Ótima leitura sobre vídeos, é com esse olhar que os vídeos tornam-se um aliado a aprendizagem. Na ABP , faz-se necessário sua utilização. Estamos trabalhando esse ano com a ABP e nossos coordenadores estão encantados.

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